"Nós tecemos a teia
Da vida e da morte
Trançamos a meada do destino
Para todo e qualquer mortal
Estendemos um fio dourado
Partindo do Salão do Luar
Firmamos suas pontas
No Oriente e no Ocidente
No Norte e no Sul
Um arremate é dado ao Meio-dia
Uma prega é costurada
Na casa do Alvorecer
O trabalho finda-se
No Salão do Sol-Poente"
Na mitologia grega, as Moiras eram as três deusas que determinavam o a vida e o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos e suas decisões não podem ser transgredidas por ninguém. Retratadas na arte e na poesia como mulheres velhas e severas, ou como virgens sombrias, as deusas eram freqüentemente vistas como fiandeiras. Também conhecidas como as Fúrias, repartiam para cada pessoa, no momento de seu nascimento, uma parcela do bem e do mau (embora uma pessoa pudesse acrescer o mau em sua vida por si própria).
Durante o trabalho, as Moiras fazem uso da Roda da Fortuna (ou Roda da Vida), que é o tear utilizado para se tecer os fios. As voltas da roda posicionam o fio do indivíduo em sua parte mais privilegiada (o topo) ou em sua parte menos desejável (o fundo), explicando-se assim os períodos de boa ou má sorte de todos. Seus nomes eram:
Cloto, a fiadeira (em grego significa "fiar"), segurava o fuso e iniciava o tecimento do fio da vida. Atuava como deusa dos nascimentos e partos.
Láquesis, a distribuidora (em grego significa "sortear"), puxava e enrolava o fio tecido. Atuava sorteando e distribuindo o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.
Átropos, a inflexível (em grego significa "afastar"), detinha o poder de cortar o fio da vida, determinando assim o fim da vida no período designado.
As Moiras eram filhas sem pai de Nix, segundo Hesíodo. Moira, no singular, era inicialmente o destino. Na Ilíada, representava uma lei que pairava sobre deuses e homens, pois nem Zeus estava autorizado a transgredi-la sem interferir na harmonia cósmica.
O mito grego predominou entre os romanos a tal ponto que os nomes das divindades caíram em desuso. Entre eles (romanos) eram conhecidas por Parcas chamadas Nona, Décima e Morta, que tinham respectivamente as funções de presidir a gestação e o nascimento, o crescimento e desenvolvimento, e o final da vida; a morte; notar entretanto, que essa regência era apenas sobre os humanos.
Há uma versão errada, que diz as Moiras eram filhas de Têmis. O que gerou esta confusão, possivelmente foi tê-las confundido com as Horas (ciclospresentes na natureza, estações, clima, vegetação, etc); que também agem nas energias cíclicas da natureza, assim como as Moiras (ciclos vitais da vida, nascer, crescer,etc). Têmis na mitologia grega é a deusa dos juramentos, mãe de Diké, deusa da justiça, a protetora dos oprimidos.
Entre os germanos, as Moiras são conhecidas como as Nornas. Esse trio de deusas viviam na Fonte de Urd, próxima a uma das raízes da árvore do Mundo Yggdrasil, eram elas: Urd (o Passado), Verthandi ou Verdandi (o Presente) e Skuld (o Futuro).
No Edda germânico existe o mito de que o freixo do mundo Yggdrasil une a terra. Quando ela for destruída pelos numerosos animais, que devoram suas folhas, e pela serpente Nidhöggr, que corrói suas raízes, será o fim do mundo. As Nornas porém cuidam para que Yggdrasil esteja sempre provida de água fresca para protelar a sua destruição, mesmo que não consigam evitá-lo...